A partir do próximo dia 2 de janeiro, a regra de marcação a mercado – atualização diária dos preços -, que já vale hoje para o Tesouro Direto, passará a valer também para vários outros títulos de renda fixa, como CRIs, CRAs, debêntures e títulos públicos adquiridos via tesouraria de bancos e corretoras de investimentos. Trata-se de uma atualização de preços que ocorre todos os dias nas cotas de fundos de investimentos, em ativos negociados na Bolsa e em títulos de renda fixa.
Quem investe nesses papéis precisa estar atento a tais oscilações de preços, que podem ocorrer tanto para cima quanto para baixo. A marcação a mercado se trata de um ajuste diário no valor do ativo. Dessa forma, ela serve para mostrar quanto valeria um título se fosse comprado ou vendido em um determinado momento.
As novas regras, determinadas pela Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais (Anbima), alcançarão os investidores pessoas físicas e jurídicas, sendo que, para empresas de médio e grande porte e para investidores qualificados, que possuem recursos acima de R$ 1 milhão investidos, não haverá a obrigatoriedade de marcação a mercado para esses títulos.
Vamos tomar como exemplo um título do Tesouro Prefixado com vencimento em 2029, que paga 13% ao ano. Caso daqui a seis meses, a Taxa Selic suba novamente, o investidor que adquirir um título igual ao atual certamente conseguirá juros superiores. Ou seja, o adquirido atualmente estará menos atrativo daqui a seis meses se comparado aos que o mercado lançará no futuro, em um cenário de Selic mais alta. Portanto, valerá menos se for marcado a mercado.
Mas, o fato de o seu título ter sofrido marcação a mercado para baixo não significa que você perderá o rendimento que contratou no início da aplicação. Isto só ocorrerá se vender o papel antes do vencimento. Por isso, é importante destacar que esta regra não causa qualquer efeito sobre o investimento que não for resgatado antecipadamente.
Vários fatores podem mexer com a precificação diária dos ativos financeiros. Um dos principais é a expectativa do mercado em relação à taxa básica de juros da economia. Outro fator que influencia na marcação a mercado é a liquidez do ativo. Há ainda fatores ligados a expectativas do mercado em relação à economia, bem como a expectativa que o mercado tem em relação ao Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), o indexador do Tesouro IPCA+.
Para especialistas, a novidade permitirá que os investidores tenham mais transparência em relação aos valores dos títulos de renda fixa que possuem em carteira. O investidor deverá conseguir entender melhor quanto vale hoje um título que ele comprou no passado. Os extratos de investimentos deverão trazer a data da última atualização do preço de cada um dos ativos que o investidor possui. A melhor visibilidade dos rendimentos poderá favorecer as negociações desses títulos no mercado secundário. (Com informações da InfoMoney)
Ascom/Fabasa